quarta-feira, 13 de maio de 2009

Indiferente Quietude

A quietude voltou.
Ele nem nota, chega calma.
Apodera-se do seu humor,
Brinca com sua alegria
Como bolinhas de sabão.
Facilmente estouráveis.

Lança mão do esforço
Joga o humor fora
Traça todo seu ânimo
E então fica indiferente.
A indiferença é cancerígena.

Não corre pq o caminho é longo.
Não pára pq a chuva dói.
Se esconde dentro de si
Pq mesmo que te encontrem
E façam proveito disso,
Você não se encontra
E o câncer se aproveita disso.

Esconde nesse rosto cinicamente sofredor
A graça do desejo de ser feliz...
O simples desejo que não requer esforço.
Mas é indiferente. E é intolerante.
A combinação desastra.

O verdadeiro medo é de estar sozinho
De sofrer sozinho. De não mostrar sofrimento.
O verdadeiro medo é de deixar de orgulho.
É de ficar só e não ter quem te acolha.
O medo de estar infeliz sozinho.
O medo de estar realmente infeliz.
E o medo assusta. Mesmo.

A quietude te emprega uma função.
A brilhante e difícil função de ser inútil.
Perceba como a quietude te torna inútil.
Imensa e presentemente inútil.
Ela te move pra todos os cantos
Mas vc não está em nenhum deles.

Tenta indiferentemente.
Cospe falhas, engole xingos.
Pula ouro, escorre tralha.
Joga fundo, pisa torto.
Engasga, corta, cai.
Pára.

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Ciúmes, inveja, metidez. Pf, qualidades medíocres advindas da indiferente quietude.
Nao invisto em nada. Nada é prioridade. Nada exige meu esforço. Nada entusiasma. Nada não é problema. Nada é fácil. Acho que na verdade invisto em nada.