Assim faz, assim desfaz

Passa a vida criando um mundo..
Passa os dias criando companhia,
Voltando os passos, fazendo coisa.
Leva tempo, leva ânimo
Leva todo o saco que você tem.

Cada dia cospe um centímetro de cimento
Nessa cansativa história de ninar.
Caminhando, sem saco, sem objetivo
Sem fôlego, sem água, de boca seca.
Cansado do que já fez, do que fizeram por ti.
Cansado do mundo que criou, dos dias que passou
Com quem passou.

Vc constrói. Ninguém te ajuda.
Você desgosta e quer o seu, mas novo
Você quer o novo, mas longe.
Você olha pra longe e tem o caminho do outro.
O outro, que tem um caminho, também olha pra você.

De longe vocês se olham.
Por mais que não se desgostem,
Veem que tudo aquilo que construíram
Todo fruto do saco
Tem unicamente dois desfechos:
Você destrói o dele e ele destrói o seu ou
Ele destrói o seu e você destrói o dele.

No fim é isso. Você precisa do caminho pedregulhoso
E se você quer avançar pra ter espaço, acaba destruindo o que o outro fez
Se você quer chegar onde o outro está, tem q destruir o que acabou de fazer.
Agora imagine você e o outro. Pensando. A mesa coisa. Em momentos distintos.

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Sinto falta da indiferença comigo mesmo. Ela é melhor do que a dos outros por nós. No fundo, quanto menor a indiferença, quanto menos intencional, maior os danos que causa. Porque você sabe que não querem causá-los , mas eles vão e não voltam mais porque não sabem que estão indo. Fica pregado lá dentro. Me atinge em cheio.
O egoísmo tá em queima de estoque. Mas tá lá e ninguém quer. Por isso vai ficar lá.
Tou jogando, tou lançando, mas ninguém pega a consideração. Afinal, pra quê arcar com o compromisso de retribuí-la?

Aprendendo cada vez mais a pensar quinze vezes antes de jogar um pedacinho de mim pra qualquer lado que for. É triste. E sofremos com isso. Esse pedacinho? Ora destroem e muito raramente acariciam. Mas nunca te devolvem.