domingo, 1 de julho de 2012
desfrutando do caminho, percebeu
que tanto que corre, não serve.
o passo largo encurta a alma
a banda longe exprime choro.
ali longe aquele pede,
o outro ali, mais perto, soma
o artista logo adiante, não fere.
o belo enfia a arrogância dentro de si mesmo
um se amontoa em cima e embaixo do outro.
ao mesmo tempo.
e eu vejo de longe.
porco, asqueroso.
percebi que, por aí
se esbanja afeto.
afeto podre, putrefado.
um daqueles tão insignificantes
quanto a verdadeira vontade de entoá-los.
percebi o quanto não quero,
percebi o quanto quero,
percebi o quanto mudei,
o quanto ficou,
o que herdei e o que larguei.
percebi o quanto menti,
o quando fui sincero,
percebi cada merda fedida,
percebi cada cheirinho gostoso.
ganhei tanta coisa.
coisa.
mas ainda não percebo
qual-o-lugar-de-cada-uma-dessas-coisas..
não quero mais escrever.
não sei mais porque quero isso.
não sei mais que coisa é essa..
que amido é esse que liga
não sei que quer dizer essa preguiça de sono
essa agonia do futuro
esse medo do logo menos
não entendo minha indecisão
minha insegurança e todas essas coisinhas
que são miúdas e esquentam o passado.
esquentam de uma maneira medíocremente morna
tudo o que devia estar congelado, catalogado e devidamente aquietado.
está, querido. é só parar de alimentar o fogo que amorna.
e não espere outro caldo.
tome esse vinho e fume esse último. amanhã é dia novo.
boa noite, beijo.
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